Many thanks to João Pimenta, the Beijing bureau chief of the Portuguese news agency Lusa for reaching out to me. He noticed this blog about the Portuguese presence in Asia and wanted to discuss some of the themes and motivations for exploring this historical engagement, one that is today not well known or understood both in Asia and in Portugal itself.
Mr. Pimenta wrote an article about our discussion, and gave me permission to reproduce certain sections here (sorry, in Portuguese only):
Pequim, 27 nov 2022 (Lusa) – O autor de um blogue dedicado à herança portuguesa na Ásia defendeu hoje que Portugal deve utilizar a ligação histórica à região, que é encarada como o futuro centro da economia mundial, para estreitar laços.
“A Ásia é o motor de crescimento da economia mundial e Portugal, que quer ser um país moderno e voltado para o futuro, tem muita História na região”, observou Spencer Low, autor do blogue The Portuguese in Asia (“Os Portugueses na Ásia”), à agência Lusa. “Espero que essa herança não corra o risco de ser esquecida”, apontou.
“Em Singapura e na Malásia estás muito ciente da presença britânica. Mas, lembro-me de ficar intrigado, ao saber que também os holandeses estiveram ali, e ainda mais intrigado, ao aprender que, antes de todos, estiveram os portugueses”, resumiu Spencer Low.
Esta curiosidade seria renovada anos mais tarde, quando, numa viagem pelo Brasil, Spencer viu um pastel de natal numa padaria portuguesa.
“Sempre pensei que o pastel de nata fosse parte da doçaria cantonesa”, assumiu, referindo-se à culinária da província chinesa de Guangdong, onde os portugueses se tornaram os primeiros europeus a chegar à China pela via marítima, numa frota comandada pelo explorador Jorge Álvares, em 1513, e acabaram por administrar o entreposto de Macau, durante mais de 400 anos.
Convertido em Região Administrativa Especial, após a transferência da soberania para a China, o território manteve o português como língua oficial e a tradição jurídica portuguesa.
Reconhecendo que houve excessos durante o domínio colonial europeu na Ásia, Spencer Low ressalvou que seria “lamentável” esquecer o que é “realmente uma parte muito antiga da História humana”. O continente asiático tem quase 60% da população mundial e algumas das economias mais dinâmicas do planeta.
“Essa herança pode favorecer Portugal a ter um papel diplomático na região”, sublinhou. “Em muitos países asiáticos Portugal é visto como benigno ou, pelo menos, com menos desconfiança ou ceticismo, comparado a outros países europeus”, disse.
Comments